sábado, 2 de abril de 2011

                              Vó.

Não sei como as coisas foram chegar a esse ponto sem eu perceber vó, fui ficando triste, triste, triste, vazia, o mundo ali e eu me fechando pra ele vó, e você ai ...   Me observando.
Desculpa vó, se não passei tempo suficiente com a senhora, não passei num é ? E hoje eu sei que todo tempo do mundo ainda é pouco né, e a gente acha que tem um vidão pela frente e de certa forma acredita que as coisas são eternas, doce engano né vó? Desculpa se estava ocupada demais com os meus amigos para ir ao seu aniversário, desculpa vó por eu achar mais bacana passar meu tempo das férias com a galerinha, do que contigo, como eu fui burra vó, desculpa se não prestei atenção no teu Português bonito, muito bem dito e nas coisas que aparentemente pra mim eram bobas, mas mal sabia eu, eram muito sábias. Lembro daquela vez vó, que quando pequena quebrei a televisão,  e a senhora disse pra mãe que não era minha culpa, eu lembro de como à senhora ria pra mim vó e hoje nem tá mais aqui pra me olhar com aquele brilho que era só teu. E me desculpa de verdade vó, eu poderia estar lá, eu poderia estar, mas a gente sempre acha que vai dar que outras oportunidades vão vir né vó? Mas não vieram, e eu não tenho como voltar. Eu não quero ser desacreditada igual à mãe vó, ela disse que eu sou muito bobinha e que amor não existe, mas a senhora me disse que era pra eu encontrar alguém pra amar, lembra vó ? Eu vou encontrar, eu te prometo.
Sabe como são esses correios de hoje em dia, e a senhora nunca se acostumou com a tecnologia num foi ? Eu sei ... Nem telefone. Mais uma vez te peço desculpas vó, por nunca ter tido a coragem de te dizer o quanto eu te amo e o quanto a senhora é importante pra minha vida. Hoje seus olhos estão cerrados, e a senhora não pode mais me ouvir né meu amor ?      Hoje já não dá mais tempo,       Eu te amo .

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